O Chile é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores regiões do mundo para a produção de vinhos. Sua geografia privilegiada oferece proteção natural de norte a sul, de leste a oeste. Ao norte, o deserto do Atacama com o clima mais seco do mundo que contrasta com o mar à oeste e sul e com a Cordilheira dos Andes ao leste.

Sua extraordinária proteção natural oferece o ambiente perfeito para plantação orgânica de uvas Vitis vinífera, salvando suas cepas do uso excessivo de fungicidas, uma vez que suas barreiras naturais bloqueiam o acesso de pragas, inclusive das que extinguiram completamente o Carménère da Europa.

No coração do Chile se encontra o Vale do Colchagua, região famosa por seus premiados Carménères. Entre as mais de 200 bodegas sediadas nesse vale, uma em específico se destaca, não apenas pelos ótimos vinhos, mas pela arquitetura baseada no Feng Shui e filosofia de vida aplicada à empresa.

Um lugar muito singular

Há um ar diferente quando se chega na Viña Montes, e uma placa recomenda: “respire fundo, essa vinícola é uma área de carbono neutro” anunciando um pouco do clima que iríamos encontrar a frente.

Seu prédio principal é uma verdadeira obra de arte arquitetônica que se confunde com a paisagem. Suas linhas orgânicas nos chamam para imergir em um universo criativo onde vinho e arte se mesclam.

No entorno do prédio, a plantação de Carménère e seu tom avermelhado compõem o cenário e contrastam com a charmosa e rústica ponte de madeira construida sobre um lago cristalino.

Mais que vinho, um propósito de vida.

A filosofia feng shui está presente em cada momento, do abraço carismático da guia na hora de se apresentar ao grupo à forma de se lidar com a bebida em todo seu processo.

Com todo respeito e sensibilidade que a bebida merece, seu processo logístico foi desenhado para que o vinho fosse manipulado o menos possível utilizando apenas a gravidade no manejamento das uvas, sumos e vinho pelo prédio.

O primeiro processo manual de separação e esmagamento de uvas começa no telhado,caindo através de sulcos direto para as cubas de fermentação.Assim é feito durante todo processo de deslocamento do vinho pela bodega, sem sequer uma única bomba.

Tudo em nome de um ideal de excelência a ser perseguido por todos na vinícola

A grande opera dos vinhos

No coração do prédio, no subterrâneo, fica sua sala de guarda de vinhos de alta gama.

Seu formato em arco, lembra um palco de teatro, em que o espetáculo fica por conta das barricas de carvalho francês, onde os vinhos descansam enquanto atingem o ideal de maturação.

A evidente tranquilidade só é interrompida pelo canto gregoriano que, de acordo com a guia, ecoa para elevar o sabor da bebida com suas vibrações.

Os anjos descansam aqui

Ao final da jornada, é a hora de mais uma experiencia, dessa vez, gastronômica. O restaurante da vinícola nos faz um convite irrecusável para harmonizar arquitetura, natureza gastronomia e claro, vinho!

Assim nos despededimos do lugar que considero como um maravilhoso templo do vinho.

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